domingo, 16 de março de 2014

Andar de bicicleta é perigoso?

Meu filho de 6 anos está numa fase engraçada: quando vê uma coisa que não conhece, causando certo estranhamento, me diz "-pai, com isso eu não posso brincar, porque é perigoso, não é?"

Como é notório aqui, eu uso a bicicleta como meu principal meio de transporte. No início eu era "apenas" uma pessoa que usava a bike, mas com o tempo fui me envolvendo neste mundo e hoje sou um PROMOTOR da bicicleta como uma coisa que pode mudar a vida das pessoas e das cidades.

Isso me faz carregar uma nova responsabilidade: a de garantir que as coisas que falo são fundamentadas. Uma necessidade e uma preocupação.

Para garantir isso eu preciso pesquisar muito, cada artigo que escrevo aqui vem carregado de pesquisa e pesquisa, muito por isso dá tanto trabalho produzi-los.

Há alguns dias fomos contactados pela repórter de um jornal querendo "fazer uma matéria sobre o aumento de acidentes com ciclistas no trânsito, buscando personagens que tenham sofrido acidentes". Esse contato gerou inúmeras pesquisas, tão relevantes que faço questão de dividir com vocês aqui.

Mas isso aconteceu há algum tempo, o que de fato reforçou esta necessidade foi uma "campanha" que propõe chamar atenção sobre como os motoristas "caçam" os ciclistas, exibindo suas "cabeças" como prêmio. Mas a temática é a mesma: "como bicicleta é perigoso!".

Antes de tudo, tenho quase certeza de que a intenção - ingênua deles - é "nobre", chamar a atenção sobre como os ciclistas são desrespeitados e são vítimas no trânsito. Porém, os números mostram exatamente o contrário, por mais que o nosso "senso comum" queira acreditar no contrário!
Você deve estar achando estranho, não é? Então vamos lá:

As primeiras pesquisas mostram que o número de acidentes com ciclistas no trânsito tem DIMINUÍDO, em números absolutos e relativos. Quando encontramos estes números - desconfiados - vamos mergulhando mais para saber se isso é verdade. Aí encontramos dados mais elucidativos ainda: durante a história, em cidades que tiveram aumento do número de ciclistas nas ruas, o número de acidentes de trânsito envolvendo ciclistas diminuiu!
Os dados mostram que a quantidade de acidentes de trânsito envolvendo pessoas em bicicletas é inversamente proporcional à quantidade de ciclistas nas ruas. Em outras palavras: quanto mais pessoas andando de bicicleta, mais seguro é andar de bicicleta.
Por que será, ora bolas?
Isso acontece - entre muitas coisas - principalmente por conta do aumento da visibilidade do ciclista nas ruas, pelo natural aumento da "ocupação das ruas" pelos ciclistas. Mas principalmente porque a velocidade média dos veículos nas ruas diminui absurdamente.

Vamos ver os dados para entender melhor (mas já previno, o artigo está grande, porém acho que está bem maneiro, vale à pena ler!):

Total de viagens de bicicleta POR DIA no Rio de Janeiro (capital):
1994: 77mil
2004: 217mil
2012: 420mil
Um aumento de 445% em 18 anos.


Total de acidentes com morte POR ANO no Rio de Janeiro (capital):
1994: N/A
2000: 1
2001: 3
2002: 6
2003: 9
2004: 21
2005: 21
2006: 33
2007: 20
2012: 20

Cruzando e normalizando os dados (transformando em viagens/acidentes/ano) vejamos isso num gráfico:


Clique para ver ampliado

Observe que nem é possível PLOTAR ambas as informações no mesmo gráfico, eu criei este formato para que isso ficasse claro.

Clique para ver ampliado

Observe aqui quem são as principais vítimas do trânsito: as pessoas a pé (pedestres)! E não se faz nenhum alarde sobre isso, devemos nos perguntar por quê?
Devemos também nos perguntar quem mata estes pedestres?

Perceba, cuidado ao analisar os dados: podemos olhar para eles e pensar: "nossa, como é perigoso andar a pé pelas cidades!".
Mas observe que praticamente TODOS os acidentes fatais estão envolvendo veículos motorizados!!!!
Então a leitura correta deveria ser: "nossa, como permitimos que os veículos motorizados matem tantas pessoas e continuamos não fazendo nada?".


Mais: percentuais sobre modais e acidentes os envolvendo:


Clique para ver ampliado

Observe aqui que a bicicleta é o único modal em que o percentual de acidentes é menor que o percentual de utilização.


Outro gráfico bastante elucidativo e esclarecedor:

Clique para ver ampliado

Em países com alto nível de uso bicicletas como meio de transporte a tendência do aumento de segurança é clara. Ou seja, quanto mais bicicletas nas ruas, mais seguro é andar de bicicleta.


Complementando com dados sobre fatalidades no trânsito, envolvendo vários modais:


Clique para ver ampliado

O aumento do uso de bicicleta no trânsito diminui não apenas a fatalidade dos acidentes envolvendo ciclistas, mas outros veículos também. Ou seja, trocando o uso de veículos motorizados por bicicletas, todos ganham.


Mais um que mostra que diminuindo o número de motorizados, diminui-se a fatalidade nos acidentes de trânsito:


Clique para ver ampliado

Isso nos EUA, para algum "espertinho" que queira dizer, "Ah, mas aqui não é Europa".


Para mim os melhores dados e o melhor gráfico de todos:
Quantidade de uso de bicicletas X índice de fatalidade em acidentes com ciclistas

Clique para ver ampliado

Com esta visão, fica MUITO claro tudo que eu disse acima: quanto maior o uso de bicicletas e menor o uso de veículos motorizados, menor a taxa de mortalidade em acidentes envolvendo ciclistas.

Mas o mais interessante de tudo: logo abaixo, o percentual de pessoas que usam capacete em cada cidade. Observem que as cidades que tem menos fatalidade são as que os ciclistas MENOS usam capacete!

[...]
Sobre o uso do capacete, vale uma capítulo à parte

Eu estou aqui querendo mostrar - através de números e experiências - que andar de bicicleta não é perigoso, contrariando o "senso comum".
Uma das atitudes que corroboram com a imagem de que andar de bicicleta é perigoso é a força que se dá à necessidade de uso do capacete para "aumentar" a segurança do ciclista no trânsito.

Em primeiro lugar, os dados deste gráfico acima derrubam TOTALMENTE esta teoria.

Em segundo lugar, capacete é usado para SITUAÇÕES E AMBIENTES POTENCIALMENTE PERIGOSOS, como por exemplo:
- competições de motocicleta (e até de bicicleta)
- motociclistas em qualquer ambiente (fragilidade + velocidade)
- competições de carros (hã, competições de carros? como assim, as pessoas andam de carro COM capacete?)

Então, quando se quer dizer que "tem que usar capacete para andar de bicicleta no trânsito" (em que se anda a uma velocidade média de 15Km/h), está se querendo dizer - subliminarmente - que aquilo é perigoso.
Mas não é estranho que andar de carro seja tão perigoso a ponto de os pilotos os usarem, mas não a ponto de os motoristas precisarem usar no trânsito?

Não é estranho nada!

Existem estudos que mostram que o índice de fatalidade com motoristas diminui absurdamente se eles usassem capacete, mas......... já pensou o que seria de nossa sociedade se se descobrisse que andar de carro é tão perigoso que se precisa usar capacete?
Socorro!
A venda de carros, ia cair vertiginosamente!
Então não interessa divulgar esta informação! Vamos ficar quietinhos, né?

Eu imagino as pessoas pensando "nossa, que maluquice!". Eu também acho!

E sabe qual é rebordosa - em nós ciclistas urbanos - desta "crença" de que "ciclista que usa capacete está preocupado com a segurança"? Quem opta por não usar tem de ouvir diariamente frases do tipo:

  • "Viu só, o cara é o maior irresponsável, andando na rua de bicicleta, e ainda por cima SEM capacete. No fundo se um cara destes sofre um acidente não tem como reclamar, não preza pela própria segurança, porque eu vou ter que prezar pela segurança dele". Pois é, não é piada sem graça, eu já ouvi isso algumas vezes. :-(
  • "eu vejo esse cara passar por aqui sempre, ele é um ciclista consciente, usa capacete, anda sempre pelo cantinho da rua, não atrapalha nenhum carro"
  • "cara, sai da rua, vai pro parque, eu tô aqui trabalhando e você passeando, nem equipamento de segurança usa"

Um adendo ao artigo: depois de publicar, algumas pessoas me questionaram sobre minhas considerações a respeito do uso do capacete.
Deixe-me corrigir uma impressão que parece ter passado aqui: não estou dizendo que usar capacete não é seguro, nem estou fazendo apologia ao seu não-uso. As considerações acerca do capacete aqui são para chamar atenção sobre a "cultura do medo" e sobre a ideia de que "só quem usa capacete é que se preocupa com a segurança".
Isso é que está sendo questionado aqui, não o seu uso, ok?

Eu uso capacetes em algumas raríssimas ocasiões, na maioria das vezes não uso e acho desnecessário para uso urbano. Uso capacete em crianças bem pequenas, por conta da natural falta de controle motor total.

Ademais, como eu já citei acima, há estudos que mostram que os motoristas deveriam usar capacetes DENTRO dos carros, pois é a velocidade em que andam que torna o locomover perigoso.

Em outras palavras: bicicleta NÃO É PERIGOSO, PERIGOSA É A VELOCIDADE!

[...]

Então , depois de tudo isso, imagino que alguém pense: "Bah, mas você está falando só de números, quero ver ali, no dia a dia se não é perigoso, eu não encaro!".

Vou então citar uma coisa que vivi há alguns anos:
Eu estava viajando e conheci uma moça de Israel. Como todo brasileiro que sabe - através "das notícias" - que "Israel é um lugar que tem homem bomba, tiroteios, guerra, atentados etc." indaguei: "-Nossa, como é viver num lugar tão perigoso?".

Ela me olhou muito assustada e disse: "-Que pergunta estranha, você não vive no Rio de Janeiro"?

Eu desci então de minha soberba e percebi que essa imagem da insegurança e do perigoso é construída de uma forma muito distante da realidade, normalmente através da mídia que só relata o desespero. Ou seja só quem não vive aquela realidade é que acha que ela é perigosa, é a imagem da realidade vista através da tela quadrada.

A moça me disse que o país não é uma guerra, que tem alguns locais e casos isolados de violência, que o povo de Israel mesmo nem sabia desta imagem que a gente tinha de lá. Da mesma forma que eu não sabia que eles tinham a mesma imagem do Rio de Janeiro!

A mídia não "é má", mas quando ela relata alguns casos de acidentes envolvendo bicicleta, quem está apenas olhando, imagina que quem anda de bicicleta no trânsito é um aventureiro-louco-suicida-que-não-merece-mesmo-viver. Mas pensa isso, porque não está ali vivendo a realidade, está vendo uma parte muito muito muito muito pequena dela, só que - como não vê outra - passa a crer que TODA aquela realidade se resume a isso.

Se fosse só a imagem já não seria muito bom, mas sabe qual é a principal rebordosa disso? A atitude das pessoas que acham que viram um programa de televisão e já sabem tudo sobre "os perigos de andar de bicicleta no trânsito". Começam a andar na rua abordando os ciclistas, falando:

  • "sai daí maluco, quer morrer? vai prá ciclovia! aqui não é lugar de bicicleta!"
  • tem os responsáveis: "você é um irresponsável, andando 'no meio' da rua, quer causar um acidente?"
  • tem os bonzinhos: "camarada, você é um cara maneiro, sai daí, vão acabar te atropelando!"
  • tem os preocupados: "meu amigo, pára com isso, você vai acabar se machucando esse trânsito é muito louco"
  • tem os irônicos: "se passar na minha frente me atrapalhando eu passo por cima"
  • tem os legalistas: "cara, vai ler o código de trânsito, lugar de bicicleta é na calçada" (não é piada, aconteceu comigo...)
  • tem de tudo, vocês nem imaginam!

Mas sabem quantos recebem estas "informações" e pensam "nossa, eu tenho mesmo que mudar de atitude enquanto motorista, tenho que passar a respeitar os outros, principalmente ciclistas, coitados!"?
Nem eu sei!
Porque eu NUNCA vi esta atitude! Nem conheço quem tenha visto.
Tenho alguns amigos que pedalam e dirigem; já os vi em seus carros falando as frases lá de cima, nunca essa de "mudar de atitude".

Então posso lhes garantir - baseado em percepção, experiência, estudos e pesquisas - que a segurança de todos no trânsito não está no medo e na segregação (porque isso só favorece quem tem interesses escusos), tem que partir para a mudança de comportamento.

Não sabe como começar? Ocupe as ruas, jogue o medo infundado fora, aja, mostre que as nossas ruas não são só das pessoas que estão dentro dos carros!

Os gráficos e muitos dados foram cedidos pela TRANSPORTE ATIVO.

Até o próximo...

Em tempo: mais uma vez eu vou repetir que eu não sou contra os carros e veículos motorizados, eles são muito úteis de fato para muitas coisas. Eu sou contra a forma com que a nossa sociedade se escravizou deles.

30 comentários:

  1. Bom dia Robson,
    Parabéns pelo artigo e pelos temas que você nos traz à reflexão e ao debate. viva o debate.
    Tenho uma bike elétrica, antes tive duas convencionais. Optei por utilizar a bicicleta ao invés do carro para diminuir o estresse diário. Uso a energia da bateria apenas para não extrapolar os limites da saúde do meu coração, já revascularizado por uma cirurgia e uma angioplastia.
    Tenho os equipamentos de segurança (luzes) e o capacete. Era reticente quanto ao uso do capacete, no entanto, devido aos apelos da minha namorada passei a usar esse acessório também. Notei que a relação dos pedestres e dos motoristas comigo está um pouco "diferente" depois do capacete. Parece que eles me "enxergam" de outra maneira. Acho que é algo meio assim, "aquele cara ali tá utilizando a bicicleta para mais do que "passear", ela é o meio de locomoção dele pela cidade. Pode ser apenas uma impressão inicial mas isto está de fato rolando nos meus deslocamentos. Então, viva o capacete!
    Uma questão que quero levantar aqui é que não devemos e não podemos discriminar as bikes elétricas. Elas estão aí para ficar e são muito úteis. Lembro que pedalar é a sua principal utilização e o "motor" elétrico apenas amplia o nosso alcance de deslocamento.
    Outra questão importante é a segurança das nossas ciclovias. Utilizo o Aterro do Flamengo direto para ir e vir, em diferente horários, e constato que precisamos melhorar muito o policiamento daquela região. Ah, precisamos URGENTEMENTE de ciclofaixas pela cidade, unindo as ciclovias e dando condições para ampliarmos o nosso deslocamento por bicicletas. Grande abraço, Marcos www.riopontorj.blogspot.com

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    1. Olá Marcos,

      Antes de tudo obrigado pelo comentário e participação aqui! Dei uma olhada em seu Blog e obrigado por divulgar!

      Depois de seu comentário e do Sérgio aqui embaixo fiz um pequeno adendo no texto, falando sobre o capacete, para tirar o mal entendido que fez parecer que eu falava mal dele. Já está lá.

      Mas o comentário que fez (observe que o Sérgio abaixo fez um muito semelhante): "Notei que a relação dos pedestres e dos motoristas comigo está um pouco "diferente" depois do capacete. Parece que eles me "enxergam" de outra maneira. Acho que é algo meio assim, "aquele cara ali tá utilizando a bicicleta para mais do que "passear", ela é o meio de locomoção dele pela cidade".

      Eu já tive sensação semelhante em alguns momentos. E sabe o que isso quer dizer? Que as citações que fiz sobre o que as pessoas falam quando vêem um ciclista sem capacete são reais! Que horror, não é?

      Entenda, independente do motivo que faz a pessoa andar de bicicleta, ela deve ser respeitada! Não importa se o ciclista está "passeando", "se locomovendo", "brincando", "praticando esporte" ou qualquer outra coisa.
      Não importa mesmo!
      O ciclista deve ser respeitado na rua sempre!

      Já cansei de ouvir chamadas de motoristas dizendo para eu sair da rua porque que eu estava passeando e ele trabalhando!
      Sabe o que está por trás deste comentário? Quem está passeando (de bicicleta) tem que ir pro parque, porque ali é lugar para carros!

      Você imagina um motorista gritando para outro que vem da praia em pleno horário de rush dizendo "sai dali porque está você passeando e eu trabalhando!"? Claro que não, né? Porque ali é lugar de carros, independente do uso que se faz dele, não é?

      Então, se o capacete está sendo usado para isso - criar escalas de valor pros ciclistas - é muito ruim, não acha?

      Então os pontos que citei sobre o capacete me parecem cada vez mais pertinentes.

      Eu não quero ser respeitado enquanto ciclista porque sou mais ciclista que o outro, quero ser respeitado porque sou um cidadão que tem direito ao espaço público como todos, independente do modal que uso. Não tenho mais nem menos direitos que nenhum outro cidadão!
      A nossa sociedade em torno do automóvel criou este modelo que classifica o outro de acordo com o bem que ele tem. Uma espécie de escala social: quem tem um carro menor ou mais barato vale menos do que o que tem um carro maior e mais caro, e não á limite para isso. Acreditamos que o "tamanho do bem" é que classifica as pessoas.
      Este pensamento faz as pessoas expandirem esta classificação a tudo que é bem de consumo, e até aos ciclistas, como se os ciclistas mais abastados tivessem mais direitos ou merecessem ser mais respeitados. Você acredita nisso?
      Eu não!

      Um grande abraço!

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    2. Bom dia Robson,
      Perfeito. Concordo com você. Devemos respeitar o ciclista, não importando se ele está passeando ou se locomovendo para o ir-e-vir do trabalho.
      Conversando com outros ciclistas sobre a questão do capacete colhi alguns depoimentos interessantes. Muitos também tinham a mesma percepção que eu sobre a sua maior "visibilidade" após o uso desse equipamento. Outros, disseram que mais importante que o capacete são as luvas, em termos de equipamento de segurança. Comecei então a pensar nessa questão. O que você acha? Viva a bicicleta! Vamos exigir ciclofaixas na cidade do Rio de Janeiro, segurança nas ciclovias e interligação entre elas! Ah, e precisamos urgentemente de bicicletários com segurança!

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  2. Como uso a bicicleta como meio de transporte tem uns 10 anos...posso falar que realmente nao é tao perigoso.... mas falo pelos lugares que frequento ( Niteroi, Centro e Zona Sul do Rio de Janeiro ) pois reconheco que existem cidades que a sensacao de seguranca some......como algumas cidades onde nem a nocao mais basica de seguranca e educacao no transito sao aplicadas por seus motoristas. quanto ao capacete.... quanto mais lenta a sua velocidade mais efetiva vai ser a protecao... estranho mas verdadeiro.... mas como dito por mim....com os 10 anos de experiencia que tenho .,,,notei algo tambem.... quanto mais arrumado e/ou equipado estou mais sou respeitado pelos motoristas. Nao sei o porque. Talvez seja a mesma impressao causada quando um motorista visualiza um motoboy e um motociclista e os diferenciam, imaginando que o motoboy nunca respeita a regra e o motociclista sim, apesar de poder ocorrer justamente o contrario.

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    1. Sérgio,

      Como você e o Marcos aqui acima tocaram no mesmo ponto, eu acabei respondendo tudo na pergunta dele.

      Observe só como nós temos essa péssima mania de classificar o outro pelo pretenso poder aquisitivo dele, como se isso fizesse as pessoas melhores ou piores, ou que merecessem mais ou menos respeito.

      Julgar o outro pela aparência ou pelo poder aquisitivo delas é uma das manifestações sociais mais pobres, antiquadas e retrógradas.

      Nós estamos no século XXI.Há pessoas que vivem ainda no século passado, com seus costumes e crenças, e há outras que avançam. A gente é que escolhe para onde quer ir.

      Um grande abraço!

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  3. Seu artigo e bom. Mais discordo quanto a questão do uso do capacete. Usar capacete não significa que é perigoso andar de bicicleta. È um equipamento de segurança alem de dar mais visibilidade ao ciclista.

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    1. Pô, Jorge, foi exatamente isso que ele escreveu: use o capacete por qualquer outro motivo, mas não por que andar de bicicleta é perigoso. Eu uso para me proteger do sol, para dar visibilidade, para "demandar respeito", não porque andar de bicicleta é perigoso.

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    2. Marcos, Sérgio, Jorge e Anderson,

      Eu escrevi o artigo e logo depois de alguns comentários, reli e vi que o trecho sobre capacete permitia a leitura de que eu estava falando contra ele.

      Logo depois escrevi um trecho (em preto) tentando deixar isso claro: Eu não estou falando contra o capacete, nem a favor. Equipamentos de segurança são úteis e necessários, mas cada um deve escolher o que melhor lhe convém de acordo com cada caso, cada ambiente, cada uso e até mesmo por gosto pessoal.

      Como eu escrevi, uso em algumas ocasiões, em outras não. O foco aqui não é o capacete ou os equipamentos de segurança, mas a visão geral sobre um conjunto de ações que tentam associar um ou outro objeto a algo perigoso. Neste caso aqui, a bicicleta.
      Não há porque promovê-la chamando atenção sobre uma coisa negativa, que nem mesmo verdade é!

      Associá-la a algo perigoso tem o claro objetivo de diminuir o seu uso. Quem tem estes interesses e porque? Conteúdo para outro artigo ;-)

      []s

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  4. Costumo dizer; "
    Com o aumento de bicicletas nas ruas, a evolução para um trânsito mias humano e seguro, é inevitável".
    Cicloabraços,,,

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  5. Pra ilustrar. Na minha pesquisa de Avaliação Nacional da Ciclabilidade uma das perguntas é a respeito do aumento do número de acidentes envolvendo ciclistas. 64,5% (90,18% no Rio) acham que o número de acidentes aumentou nos últimos 3 anos. Só 2,3% acham que eles diminuíram. 14,8% acham que ficou igual. Isso é a percepção das pessoas. A leitura que eu faço é justamente que a mídia esta divulgando mais e com isso as pessoas acham que aumentou quando na verdade os acidentes diminuíram.

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    1. Obrigado Yuriê! Perfeito!

      Isso é a comprovação de quase tudo que escrevi aqui, sobre a falsa sensação do real, sobre a péssima repercussão destas matérias, sobre a falta de informação etc.

      Valeu!

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  6. Olá.... Minha vontade foi de ir para o Google e colocar seu nome: Robson Combat. Quero saber mais sobre você por um simples motivo: que texto bem escrito. Faz tempo que não me deparo com tamanha qualidade textual. Meus parabéns! Claro que não posso concordar com tudo que escreveu, particularmente trocaria uma ou duas vírgulas e acrescentaria uma exclamação no "abraço" deixado...de resto, pensei em minha vida de ciclista, troquei meu carro, há 6 anos, por uma vida mais saudável e sustentável. Pontos negativos? Alguns. Positivos? Milhares. No fim...só é chato quando caio...rs!
    Forte abraço e você não está só em suas percepções ciclísticas!!

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    1. Bom dia Felipe,
      Você usa luvas?
      Abç,
      Marcos
      www.riopontorj.blogspot.com

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    2. Caramba!

      Passei por aqui agora, reli alguns comentários e jurava que já tinha respondido e agradecido a este seu!

      Tendo ou não, mais e mais uma vez agradeço muito! De verdade!

      Um grande abraço!

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  7. Sensacional o artigo! Parabéns pela pesquisa e pela clareza do texto. difícil encontrar artigos tão equilibrados ao explorar um assunto. Parabéns!

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  8. Ótimo excelentes gráficos ,,,fáceis ,,,seu blog é uma referência pra mim ,,,é a abordagem sobre a bicicleta que eu buscava ,,,é obrigatório para mim,,,,,me influenciou muito no uso da bicicleta,,inclusive comprei uma durban bay 1,,,porque simplesmente me apaixonei pelas dobraveis,,,,inclusive por ver o quanto é prazeroso pedalar sem marchas,,,,obrigado,,,sou de sao jose dos campos sp,,,também tenho um filho de quase 3 anos e quero fazer um mundo melhor pra ele ,,,e podemos ter cidades mais humanizadas e a bicicleta é uma grande ferramenta,,,,parabéns!!! José Eduardo Gabriel

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    1. Puxa José Eduardo,

      Inspirador! Muito obrigado pelos comentários e pela força. Vocês não tem noção de como é bom saber que estamos de fato sendo úteis e que somos capazes de mudar nosso mundo para melhor!

      Um graaaaaande abraço!

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  9. Oi Robson!
    Muito bom o teu blog! A questão da segurança é algo que devemos sempre discutir para que cada vez mais as pessoas se sintam livres pra viver. Sem tanta neura..
    Robson, acabei de comprar uma Durban Bay 1! E fiquei com uma dúvida. O banco (selim) veio solto, ele soh encaixa no ferro mas nao fica preso.É assim mesmo? Ele gira, nao fica parado sabe? Muito obrigada se puder me ajudar!

    Abs,
    Tina Perrone.

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    1. Olá Tina,

      Obrigado pelos comentários!

      Normalmente as dobráveis vem praticamente montadas, mas há exceções.
      Não me parece nada demais, leve a bicicleta a uma oficina de confiança e eles apertam o selim para você.

      Um grande abraço!

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    2. Olá, parabéns pelo texto. Muito bem escrito e fundamentado. Mas gostaria de saber se há algum tipo de fonte sobre os acidentes fatais de automóvel que seriam evitados pelo capacete. Achei a informação interessante, por conta da associação imediata entre capacete e bike, mas fiz uma rápida busca no google e não achei nada.

      abraço!

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  10. Existe alguma pesquisa parecida sobre a China? Lá está havendo um movimento inverso, a industrialização está colocando mais carros e removendo as bikes das ruas.

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    1. Já vi muuuuuitas pesquisas sobre a China, mas não apenas sobre bicicletas.

      A China tem quebrado TODOS os nossos paradigmas históricos, sobre tudo!

      Só para você ter uma noção, o êxodo rural que tem acontecido por lá é maior do que todo o que já aconteceu em toda história da humanidade!

      Então não sei se poderíamos considerá-los como padrão.

      Eu já estive lá em 2006 e posso lhe dizer que fogem de TODOS os nossos padrões.
      Eu não os usaria como referência.

      []s

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  11. Artigo muito esclarecedor! Compartilhei com alguns amigos que andam pensando em adotar a bike, mas têm medo. Eu comprei uma há seis meses e já consigo usá-la para para tudo que faço dentro da cidade. Foi uma vitória para mim (medrosa assumida), e a experiência de ver a cidade por outro ângulo tem sido muito didática e libertadora. Parabéns por manter um blog sobre o assunto e ajudar nesse trabalho de formiguinha que é mostrar ao mundo como a vida de bicicleta pode ser boa. :)

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    Respostas
    1. Olá Jane!

      Não consigo dar conta de todos os comentários e apenas agora depois de 1 ano vi esse seu!
      :-)
      Mas estou aqui! E muito feliz pelo seu comentário.

      Feliz também pela percepção que passou, de que conseguiu mudar o paradigma e que a mudança foi positiva!

      Muito obrigado por vir aqui, por participar e dar seu alô!

      Saudades!

      Um grande Beijo!

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  12. Para saber da imagem que as pessoas tem do RJ basta sair do estado.

    Assim que descobrem que você é do RJ logo falam, nossa lá é perigoso né!
    Eu sempre respondia, não é tão perigoso como os jornais mostram, nem tão bonito como as novelas mostram...

    Não sou do RJ mas morei por aí quase 20 anos.
    Vai fazer dois anos que me mudei para outro estado, e há pouco menos de 2 meses perdi um grande amigo de Niterói para a violência daí. :(
    O pior era que ele já estava decidido a se mudar para outro estado também, mas não deu tempo...
    -----------
    Agora voltando para as bikes, enquanto morava no RJ eu usava motocicleta diariamente, pois morava em Niterói e trabalhava em Botafogo, agora morando em outro estado tenho usado bicicleta para o deslocamento diário. A cidade onde estou morando tem uma cultura de bicicleta bem mais difundida e é bem tranquilo o deslocamento em grande parte da cidade.

    Mas em vários pontos da cidade vemos bicicletas totalmente pintadas de branco, penduradas em postes, isso é um sinal de que algum ciclista morreu ali.

    Sobre o uso de capacetes, enquanto usava motos eu era totalmente adepto ao uso de equipamentos de proteção, usava luvas, jaquetas, cheguei a cogitar usar joelheiras por baixo da calça, além é claro do capacete.

    Quando fui para as bikes no início eu não usava capacetes. Minha principal crítica é que os capacetes para bikes não protegem muita coisa. Grande parte das quedas atingem o rosto, e os capacetes normais de bike não protegem o rosto. Percebi que tem uma discussão razoável sobre esse tema, alguns até defendem o uso de capacetes fechados (full face). Enfim, acabei aderindo ao uso destes capacetes (que na minha opinião não protegem muito) por pressão da esposa. :)

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    Respostas
    1. Olá Edy!

      Muito obrigado pelos comentários e participação!

      Sobre a violência: ela é triste e há muitas formas dela. Muitas.
      Eu de meu lado luto aqui para contribuir que uma espécie delas cesse ou - ao menos - diminua.

      Em outros lugares luto para que outros tipos de violência cessem e jamais pararei de lutar por isso.



      Um grande abraço!

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