É incrível: depois que comecei a viver a vida de bicicleta, passei a olhar para a cidade com outros olhos, num outro ritmo.
Muito mais humano.
Percebi - por exemplo - inicialmente que eu não preciso ter carro para sobreviver, e isso também é incrível! Quando repito esta frase aos meus amigos eles me olham como se eu fosse um ET:
"- Como assim viver sem carro?"
Percebi mais com o tempo: que este dilema de ter ou não ter carro é - de fato - pouco importante, pois é claro que o carro tem sua utilidade e sua importância, o problema é a forma como o utilizamos, o que fizemos dele.
Hoje nosso povo é escravo do carro, dizemos que é "uma segunda família", sem perceber o absurdo que esta frase representa.
Bem, quando comecei a viver a vida de bicicleta vi como é bom ser livre em relação a paradigmas criados que não tem o menor sentido. "Brasileiro adora carro" é propaganda de posto de combustível (alguém já disse esta frase, não sei quem).
Hoje nosso governo incentiva o uso quase criminoso de carros, reduzindo IPI e aumentando o imposto sobre importação de peças de bicicletas. Não sei se estamos apenas atrasados em relação ao mundo, me parece que estamos indo pro lado contrário! Nosso governo que nos fazer acreditar que país rico é aquele em que todo mundo anda de carro? Todos os dias? Para todos os lugares?
Um colega há alguns dias fez o seguinte terrível trocadilho: "-acabo de receber meu vale transpobre". Este é um pensamento tipicamente de cidadão antiquado do terceiro mundo, pois a história do mundo nos mostra que país rico é aquele em que o rico anda de transporte público...
Bem, todo este desabafo acima é para alertar para um problema que é cada vez maior em nossa vida na cidade: a mobilidade urbana. Sobre como nossas vidas tem - ao contrário do que se imagina - piorado com o uso do carro no dia a dia, como meio de transporte urbano.
Na prática tudo que escrevi é uma introdução a este excelente vídeo produzido pelo ITDP. Aproveite!
Se você pensou "mas isso é sobre o México", vou lhe falar sobre os números (aproximados) do Brasil (dados de 2011):
- População: 190 milhões
- Frota de automóveis: 25 milhões
Em outras palavras: 87% da população paga para os outros 13% utilizarem seus carros...
Mais números alarmantes podem ser vistos na matéria que sempre cito: Como o automóvel se tornou o principal instrumento de arrecadação do país.
Sobre o mesmo tema, vale a pena dar uma olha na ótima entrevista com Walter Cook, diretor do ITDP.
Até o próximo...
Boa tarde Robson!
ResponderExcluirGostaria de parabenizar o BLOG por tratar de um tema tão importante, que é a mobilidade urbana... em especial a mobnilidade urbana por meio da bicicleta.
E creio que minha pergunta seja pertinente e que agregará para o debate deste assunto.
Temos nas lojas de bicicletas basicamente 3 tipos de modelos:
1. Mountain Bikes
2. Bicicleta de estrada
3. City bikes Europeias
Para pessoas que como eu, usam a bicicleta todos os dias, como meio de condução casa/trabalho e trabalho/casa, saindo do bairro e indo para o centro urbano, dividindo a via com ônibus e carros de passeio, onde VELOCIDADE/DESEMPENHO é interessante porque representa chegar em casa mais cedo, porém o conforto (por ser de uso diário) também, a pergunta é:
QUAIS AS OPÇÕES DE MODELOS DE BICICLETA PARA TRAJETO URBANO?
É possível um post com a comparação custo/benefício entre as principais opções? (acredito ser a Tito Urban 700, a Easy Rider da Caloi, a Taeq da Tito Caloi, e a Urbana (1V e 3V).
Agradeço pela atenção em me responder. Obrigado!
Olá Luciano,
ExcluirMuito obrigado pelos comentários e elogios!
Gostei de sua sugestão e vou escrever um post sobre isso. Atualmente - com o aumento da procura da bicicleta como meio de transporte - tem surgido mais opções de bicicletas urbanas, mas ainda estamos muito longer de ter muitas opções.
Vou levantar o que tem por aí (fora as que citou e outras que conheçlo) e escrever um post sobre isso, ok? Claro que cito que a sugestão foi sua!
Abraços e muito obrigado!