sexta-feira, 2 de setembro de 2011

De carro no dia a dia?

Eu sempre tive carro.
Alguns eram verdadeiras "máquinas".
Na verdade, nós homens, latinos, somos mesmo criados para ver nos carros grandes representações de status e poder. Na adolescência e no início da fase adulta o carro é quase a expressão de nossas personalidades.
Quanta bobagem!


Com o tempo, fui vendo o carro como uma máquina útil: transporte. Em algumas vezes até divertimento (tive também um pequeno Jipe adaptado para uso urbano).

Como passar do tempo, a própria relação com o tempo foi se modificando: hoje sinto que quanto mais o tempo passa, maior é a sensação de que ele é cada vez mais curto.
...
Como sempre gostei de bicicletas (eu já contei aqui minha história sobre passar a me locomover de bike para o trabalho: Relato de uma experiência pedalando para o trabalho), passei a utilizá-las cada vez mais no dia a dia.
Esta mudança de paradigma realmente mudou minha forma de ver a cidade, o trânsito, o tempo despendido nele e a forma com que isso interfere em nossa vida.
Chegou a um ponto em que andar de carro passou a ser apenas coisa para o fim de semana, com família, para passeios. No dia a dia o carro passou a ser o único modal descartado.

Mas na última semana tive 3 experiências com carro no dia a dia que me chamaram muito a atenção:

1) Saía do trabalho (em Niterói) para o MBA (Centro do Rio). Como mais 2 colegas fazem o mesmo curso e eu estava sem bike, um deles - de carro - ofereceu carona. Em tese, no contra-fluxo do Rush, não seria um grande trauma. Lá fomos nós: 10 minutos para chegar no carro (como não tinha vaga, ele teve que parar beeeeeeem longe). Trânsito ruim em Niterói + trânsito ruim na saída da ponte + trânsito ruim ao descer da ponte + trânsito péssimo no centro do Rio. Resultado: mais de 40 minutos parado dentro do carro, sem se locomover. Total do trajeto: mais de 1 hora e 20. Eu faço este trajeto de bike em cerca de 30 minutos, porque dependo dos 20 da Barca.

2) No dia seguinte uma reunião no centro de Niterói, na prefeitura. Como um colega ia junto, mais uma vez fui de carona com ele, de carro. O trajeto é pequeno, 2 Km. Dá para ir a pé em uns 25 minutos, né? Bem, de carro levamos 30 minutos, sendo que uns 8 levamos procurando/esperando vaga para estacionar. Na volta, martírio semelhante.

3) Ontem enviei um e-mail a uns colegas sobre um estudo feito sobre o custo de se manter um carro, a pesquisa falava que valia mais a pena andar de táxi (!). Bem, um deles me narrou sua aventura ao tentar estacionar no centro de Niterói no dia anterior: 40 minutos (!) procurando vaga, 2 intervalos de 4 horas estacionados, valor total: 45 reais.
...
Nos 3 casos, sabe o que mais me chamou a atenção?
Em todos eu fiquei com uma aflição medonha, com a sensação de que o tempo estava sendo jogado fora, escorrendo pelas mãos sem a menor utilidade.
Mas o pior: para meus amigos, tudo era normal (!). E me assustei muito!
Eles já não conseguem conceber que isso não é normal, que não precisamos viver assim, dedicando nossas vidas a deslocamentos. Dedicando nossas vidas às máquinas, por conta de um pretenso "conforto".

Bem, como o post já está ficando longo, quero deixar apenas uma mensagem na nossa cabeça:
A gente pode mudar isso sim! Pense como...

Eu deixo uma imagem para ajudar:

(Imagem de pitstopbrasil.wordpress.com)

Até o próximo...

3 comentários:

  1. Fala Robson,

    Há dezoito anos não tenho carro. Aliás, nunca comprei nenhum, apenas herdei durante dez anos um carro que era do meu pai. De lá para cá eu uso táxi sempre que precisaria de um carro. O resto, infelizmente pouco, a pé ou de bicicleta. Resumo: não gastamos por mês (eu, minha mulher e minha filha) mais de R$ 350,00 de táxi. Um carro econômico, parado na garagem, custa cerca de R$ 700,00 por mês ou mais. Sair de carro significa gastar combustível, apurrinhação, pagar estacionamento, perder horas em um engarrafamento. Quando estou de táxi, parado, ligo o netbook e trabalho ou me divirto... Carro hoje não faz sentido. Abração!

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  2. Obrigado Cristiano,

    Legal o comentário, pois o estudo passa por aí mesmo.
    Minha experiência em andar de carro nas nossas cidades é realmente um horror!
    Estamos lutando é para fazer com que as cidades passem a ser mais preparadas para as pessoas, não para os carros, como foram concebidas!

    Um grande abraço!

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  3. Fala Robson. Também não tenho carro. Nunca tive. A família reclama um pouco, mas eu me adapto muito bem. Ando de metrô, taxi e, principalmente, bicicleta.
    Outro dia fui viajar e peguei 1 hora de engarrafamento para chegar à rodoviária. Fiquei igual a um animal enjaulado. Aquilo pra mim não faz mais sentido. Fazia mais de 6 meses que não pegava engarrafamento.

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