Espero que ele seja útil a todos que pensam em ser ajudados, espero também que sirva para as pessoas entenderem melhor o que é o projeto.
Será uma honra se servir de exemplo aos Bike Anjos iniciantes.
O pedido
Recebemos aqui no Rio - através do JP (Bike Anjo de Sampa) - um pedido de ajuda para pedalar, era a Mariana, ela desejava se deslocar diariamente de casa para a faculdade.
Na prática os pedidos são centralizados em São Paulo, onde o projeto nasceu e é a referência nacional. Estamos aqui no Rio nos organizando para receber os pedidos por aqui, mas isso é outra história.
O JP enviou o pedido aos voluntários do Rio e quem pôde se ofereceu a ajudar. No fim, por conta das disponibilidades, quem foi fazer o Bike Anjo foi eu.
No pedido, a pessoa já passa informações básicas, como origem, destino e horário desejado.
A confirmação
Após confirmada a disponibilidade, enviei e-mail à Mariana marcando data, horário e local.
Nesta confirmação segui todas as coordenadas da "Cartilha do Bike Anjo": antes de partir para a parte prática, indiquei as leituras sobre dicas no trânsito dadas no site do Willian Cruz (vá de bike), estas leituras são fundamentais à pessoa orientada, sem as quais não aconselhamos partir para a parte prática.
Reproduzo-as aqui:
- Como se manter seguro no trânsito
- Porque não pedalar na contramão
- Porque ocupar a faixa de trânsito
- O que o código de trânsito diz sobre os ciclistas
- Dicas práticas pra o pedal no dia a dia (Vestimentas)
Partindo para a prática
Ao chegar lá, a Mariana me aguardava na portaria, já pronta e equipada.
Mais uma vez segui a cartilha: bati um papo inicial para levantar a experiência dela com bikes, as necessidades, dúvidas etc. Enfim, fiz uma anamnese.
Expliquei sobre o projeto, sobre nossa responsabilidade e a dela, dei todas as orientações teóricas iniciais: falei sobre a regulagem da bike, equipamentos obrigatórios e de segurança, como usar melhor a bicicleta (utilização das marchas), como se portar no trânsito e como seria feita a pedalada inicial. Verifiquei as regulagens da bicicleta (freios, marchas etc.), ensinei a regular o capacete e partimos para a parte prática.
A parte prática consiste inicialmente em dar umas pedaladas por perto para avaliar a pessoa pedalando, sua postura, segurança e experiência. Apenas após esta observação é que temos condições de avaliar se a pessoa está apta a andar no trânsito, ou mesmo no trajeto solicitado.
No caso da Mariana, o trajeto era bastante tranquilo, ela tinha um privilégio de poucos: pedalar 100% do trajeto na ciclovia (ou na faixa compartilhada, em alguns momentos).
Como o trajeto era de fato seguro e tranquilo, começamos a pedalar já na ciclovia. Orientei-a sobre o nosso posicionamento: para lhe dar mais segurança e poder observá-la, pedalava sempre um pouco atrás dela.
Chamei a atenção em especial para o respeito ao pedestre e à cordialidade com os outros e lá fomos nós.
Bem, para que o relato não ficasse muito longo, decidi dividi-lo, esta é apenas a primeira parte, em breve posto a continuação.
Ah! No próximo vou postar uma foto de nossa pedalada!
Até o próximo...
Parabéns, Robson.
ResponderExcluirFico muito feliz por existirem pessoas como você para ajudar os ciclistas inexperientes.
Moro na Zona Norte do Rio, e tenho muito medo de pedalar nas vias próximas a minha residência, devido ao grande número de ônibus e kombis, e ausência total de ciclovias/ciclofaixas.
Como também sou motorista, tenho ciência das incontáveis imprudências realizadas por estes veículos, então ainda não encontrei coragem de me expor no meio deste "trânsito selvagem"... rs
Olá Letícia,
ResponderExcluirObrigado pelo comentário.
É muito comum as pessoas comentarem sobre o medo e o perigo de pedalar no trânsito, chamando a atenção sobre a falta de segurança.
O que posso lhe dizer é que nós auxiliamos as pessoas a entender que a segurança não é algo que só depende dos outros, pelo contrário, depende muito mais de nós!
Nossa experiência mostra que nossa atitude no trânsito é o principal fator de segurança. Quando respeitamos os outros, agindo com cordialidade e nos comunicamos com os outros motoristas, nossa segurança aumenta muito!
Gosto de chamar a atenção para o fato de que nós não somos aventureiros ou suicidas, pelo contrário, somos muito prudentes! E por isso é que podemos defender que é possível pedalar com segurança no trânsito.
Bem, se precisar de ajuda, é só nos chamar! Será um prazer ajudar!